Eu, Deficiente


Nasci de um jeito
Um Jeito especial
Eu tenho síndrome de down

Eu não sou alérgico
Eu não sou patético

Eu sou paraplégico

Eu não consigo te dar um abraço
Eu não consigo dar laço
Eu nasci sem meus braços.

sim, somos diferentes
Somos deficientes
Mas também somos gente!


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Quem sou eu

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SANTA Mª DA BOA VISTA, PE, Brazil
Sou muito simples. Gosto de amizade sincera. Adoro o Deus que sirvo e amo minha família. Tenho Licenciatura em geografia desde 2000. Concluir minha pós em 2004 na área de Psicopedagogia, Sou concursada como professora de 1ª a 4ª e como professora de 5ª a 8ª em Geografia. Tenho experiência de 4 anos na Biblioteca Municipal da minha cidade. Trabalho como professora de educação Especial desde 1996, sou pioneira da área de educação Especial de santa Maria da Boa Vista.Atualmente, faço Atendimentos de AEE Infantil para 10 alunos de 3 a 9 anos, matriculados no Ensino Regular. Hoje posso dizer que realmente achei meu lugar, profissionalmente falando: Sou professora de Educação Especial com orgulho!!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

REPENSANDO O CONCEITO DE SURDEZ












Por Ana Maria Portugal Gomes (Fonoaudióloga)


Definição de surdez no modelo clínico-terapêutico:
=>Um termo muito usado neste modelo é deficiência auditiva e sugere a redução ou ausência da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetam o aparelho auditivo.
=>Distúrbio de audição, diminuição da capacidade auditiva em diferentes graus de intensidade, podendo ser de caráter transitório ou definitivo, estacionário ou progressivo.
=> “É a ausência, dificuldade, inabilidade para ouvir sons específicos, ambientais e os sons da fala humana." (Silvania Maia Silva Dias - Fonoaudióloga).
Neste modelo, "o surdo é considerado uma pessoa que não ouve e, portanto, não fala. É definido por suas características negativas; a educação se converte em terapêutica, o objetivo do currículo escolar é dar ao sujeito o que lhe falta: a audição, e seu derivado: a fala." (Carlos Skliar - Fonoaudiólogo - Argentino).
"Medicalizar a surdez significa orientar toda a atenção à cura do problema auditivo, à correção de defeitos da fala, ao treinamento de certas habilidades menores, mais que a interiorização de instrumentos culturais significativos, como a língua de sinais. E significa também opor e dar prioridade ao poderoso discurso da medicina frente à débil mensagem da pedagogia." (Carlos Skliar - Fonoaudiólogo - Argentino)
Nesta visão clínico-terapêutica:
• utiliza-se de uma pedagogia corretiva;
• existe a intenção de correção, normalização;
• emprega-se currículo para educandos com atraso cognitivo;
• currículo para ouvintes;
• currículo para pessoas com dificuldades lingüísticas;
• currículo audiológico/audiométrico;
• currículo de beneficência laboral.
Definição de surdez no modelo sócio-antropológico:
É uma concepção moderna da surdez defendida em todo o mundo por profissionais de várias áreas de interesse da surdez, em especial lingüistas, pedagogos e professores, psiquiatras e até fonoaudiólogos. Esse modelo baseia-se nos novos modelos lingüísticos, psicolingüísticos e sóciolingüísticos que culminam em alternativas pedagógicas onde o surdo possui uma representação social oposta ao modelo anteriormente citado.
=>"A surdez é uma condição natural e não uma deficiência/doença que necessita de cura." (Lorena Koslowski - PR)
=>A surdez é uma diferença que deve ser respeitada e aceita.
=>Como afirma Carlos Sánchez - lingüista venezuelano: "A surdez não é uma doença que necessita de cura, mas é uma condição que deve ser aceita. Os surdos não são inválidos que precisam de reabilitação. Eles são membros de uma comunidade lingüística minoritária que deve ser respeitada e possuem o direito inalienável de receber sua educação nesta língua." E ainda ele afirma sobre a criança surda: "Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só que ele fala outra língua".
Algumas considerações importantes:
"Preferimos que aos três, quatro anos a criança surda construa frases complexas em língua de sinais do que produza palavras isoladas" (Graziella Alisedo - Argentina - 1994)
"A educação deve voltar-se para os potenciais da criança que podem ser ativados através da tarefa educativa".(Vygotsky)
"A língua de sinais é a única que permite a pessoa surda ascender a todas as características lingüísticas da ‘fala’”. (Danielle Bouvet, França, 1989)
"A língua de sinais é, portanto, indispensável para total apropriação da linguagem pela criança surda. Ela permite à criança surda descobrir o que é comunicação lingüística no momento em que todas as crianças fazem esta descoberta." (LK)
Na visão sócio-antropolológica:
• deve-se oportunizar o acesso da criança surda à língua de sinais o mais precoce possível;
• oportunizar o contato da criança surda com seu pares surdos adultos para permitir a identificação e o acesso a particularidades culturais;
• preocupa-se com o desenvolvimento das estruturas cognitivas e lingüísticas nas idades correspondentes;
• novo olhar sobre a educação de surdos: o conhecimento formal é acessado através da língua de sinais e se vale de estratégias que enfatizam o potencial porque "os surdos são diferentes das pessoas ouvintes, necessitam que toda a instrução seja baseada na visão e não na audição." (Patrícia Luiza Ferreira Pinto - pedagoga surda - MG)
Bibliografia:
Fórum Permanente de Educação, Linguagem e Surdez - vol.I (Jan./Jun.) Rio de Janeiro - INES
Surdez: Abordagem Geral - Karin Lilian Strobel & Silvania Maia Silva Dias, 1995 - FENEIS
Série Audiologia 1,2,3,4 - 1998 - INES
Educação e Exclusão - Cadernos de autoria 2 - Carlos Skliar (Org.) Editora Mediação
La Educación de Los Surdos - Carlos Skliar - Série Manuales - EDIUNC
Apostila: "Atención Integral del Niño Sordo de 0 a 6 Anos - Modelo Educativo Bilingüe y Bicultural" - Carlos Sánchez - Instituto de Estudios Interdisciplinarios Sobre La Sordera y El Lenguaje (IES) - Puerto Ayacucho - Venezuela - 1998

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