Eu, Deficiente


Nasci de um jeito
Um Jeito especial
Eu tenho síndrome de down

Eu não sou alérgico
Eu não sou patético

Eu sou paraplégico

Eu não consigo te dar um abraço
Eu não consigo dar laço
Eu nasci sem meus braços.

sim, somos diferentes
Somos deficientes
Mas também somos gente!


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Quem sou eu

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SANTA Mª DA BOA VISTA, PE, Brazil
Sou muito simples. Gosto de amizade sincera. Adoro o Deus que sirvo e amo minha família. Tenho Licenciatura em geografia desde 2000. Concluir minha pós em 2004 na área de Psicopedagogia, Sou concursada como professora de 1ª a 4ª e como professora de 5ª a 8ª em Geografia. Tenho experiência de 4 anos na Biblioteca Municipal da minha cidade. Trabalho como professora de educação Especial desde 1996, sou pioneira da área de educação Especial de santa Maria da Boa Vista.Atualmente, faço Atendimentos de AEE Infantil para 10 alunos de 3 a 9 anos, matriculados no Ensino Regular. Hoje posso dizer que realmente achei meu lugar, profissionalmente falando: Sou professora de Educação Especial com orgulho!!!

sábado, 12 de dezembro de 2009

ESCOLA: EXCLUSÃO E INCLUSÃO


Alunas surdas: Juliana e Josiane na Exposição da sua Escola atual.


Inicialmente um esclarecimento se faz necessário: os termos "exclusão" e "escola inclusiva" na educação têm sido associados aos casos de alunos com necessidades especiais de aprendizagem, isto é, portadores de deficiências físicas ou mentais. Sabemos, no entanto, que estes não são os únicos excluídos da escola. Nesta série iremos abordar outras causas de inclusão e exclusão, que precisam urgentemente ser debatidas, tendo clara a importância do atendimento dos portadores de necessidades especiais, tema que já tem sido trabalhado e que, certamente, merecerá abordagens específicas em outras séries.
Cada vez mais a escola e os professores estão tomando para si mesmos o desafio de garantir o sucesso de seus alunos na escola. Fala-se até em fracasso da escola e não mais em fracasso do aluno. Se nossos alunos não estão aprendendo, temos que tomar esse problema para nós e não devolver a "culpa" a eles, à família, às condições sociais, culturais e econômicas em que eles vivem. São estes os nossos alunos e é para eles que a nossa escola tem que se voltar. Sabemos também que de nada vale "repetir" ou "passar de ano" se o aluno continua não aprendendo. Esta série irá abordar a complexidade da tarefa educacional e dos fatores que interferem decisivamente nas possibilidades de uma escolaridade satisfatória para todos. É um convite para a reflexão a respeito dos aspectos gerados na escola e na própria sala de aula, que contribuem com a exclusão ou a inclusão dos alunos no sistema educacional, sem nunca esquecer que os excluídos da escola, geralmente, também são os mesmos que sofrem do processo de exclusão social.
Muito se discute sobre as condições necessárias para que os alunos aprendam no contexto escolar. Nessas discussões, são enfatizados os aspectos didáticos e as questões sociais, culturais. Sem dúvida, é necessário que essas questões sejam contempladas, pela abrangência que assumem na educação.
No entanto, estas questões não são distintas entre si, nem excluem os valores e atitudes que permeiam a relação entre o professor e os alunos. Assim, é fundamental que, ao discutirmos as situações de aprendizagens de leitura e escrita, de Matemática ou de qualquer outra área do conhecimento considerada essencial para a formação dos alunos, não esqueçamos, por exemplo, que enquanto nossos alunos aprendem Matemática, eles também aprendem outras "coisas", igualmente importantes. Aprendem sobre a sua própria condição de aprendiz - suas potencialidades e suas dificuldades - e vão construindo um autoconceito que, por sua vez, define suas atitudes em relação â vida, não só dentro da escola.
Sabemos que a educação se dá num contexto de relações entre pessoas, sabemos também que as pessoas agem segundo seus princípios e convicções e que estes nem sempre são suficientemente claros e conscientes. Com isso se quer dizer que o professor e seus alunos vivem num emaranhado de relações que podem contribuir ou não para a qualidade do ensino e, em muitos casos, tais relações podem ser fatores decisivos nesse processo.
A forma como o professor vê o seu aluno acaba muitas vezes por determinar a sua interação com ele, influindo necessariamente na sua auto-imagem e nas representações a respeito de si próprio, de seu desempenho como estudante e de suas possibilidades de aprendizagem. Estas representações são conhecimentos construídos na experiência escolar, mas que não são tão facilmente observáveis para o professor quanto aquilo que seu aluno está aprendendo nas aulas de Matemática, Português e outras áreas.
Esta série tem por objetivo tematizar com os professores aspectos da sua relação com os alunos, que muitas vezes estão submersos; nas suas atitudes. Cada programa irá abordar um recorte específico - não porque cada um deles se manifeste separadamente no contexto educacional - mas para que possamos refletir para além de uma constatação "discursiva" destas "dificuldades" e para um exame mais profundo de como nos colocamos em relação a elas. São questões de origem social e cultural, que se manifestam na sala de aula e produzem diferenças. Diferenças estas que precisam ser compreendidas, para que sejam respeitadas ou superadas.
Os recortes escolhidos por programa estão relacionados com os Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, mas serão abordados na perspectiva não do "tema", mas de como aparecem na relação entre professores e alunos, explicitamente e/ou nas formas mais sutis. Trataremos, no 1º programa, dos fatores que estão em jogo para criar a disponibilidade para aprender, alertando sobre o papel profissional de acolhimento do professor e da qualidade do vínculo que ele estabelece com os alunos. O 2º programa irá se dedicar ao respeito à intimidade do aluno e como, muitas vezes, nossa atitude pode provocar situações de constrangimento e humilhação, com conseqüências desastrosas. 0 3º programa vai tratar do preconceito étnico, e restringiremos nossa discussão a como se manifesta a relação com o negro, uma vez que esta é a etnia mais expressiva no Brasil e mais discriminada também. 0 4º programa irá abordar, especificamente. o preconceito lingüístico, que tem permeado as propostas de ensino da Língua Portuguesa, e a falta de clareza sobre a riqueza das variações da nossa língua e as conseqüências que isso tem para os alunos. Por fim, o 5º programa se deterá nas semelhanças e diferenças entre meninos e meninas e como a atitude do professor também pode permitir ou não o desenvolvimento das potencialidades de seus alunos.
Se pensarmos na nossa prática como professores, podemos identificar "deslizes" que acontecem na dinâmica do dia-a-dia da sala de aula, pelo fato de não estarmos suficientemente preparados para conviver com as diferenças. Isso faz com que este seja um assunto difícil de ser abordado e é preciso encararmos estas reflexões, sem medo de sermos vistos como um profissional sem "ética", "desrespeitoso" ou "preconceituoso". Estas dificuldades estão presentes, são reais e dizem respeito ás diferenças étnicas, sociais, de aparência física, de personalidade, de gênero, lingüísticas e de estilos cognitivos. Para um exame mais profundo precisamos ultrapassar o "discurso" do politicamente correto para que possamos encarar com seriedade o que de fato acontece nas nossas relações com os nossos alunos e as contradições que todos vivenciamos nesse processo.

Bibliografia / Textos
AQUINO (org.). Autoridade e Autonomia na escola. Summus, 1999.
ARATANGY, L. R. O sexo é um sucesso. São Paulo. Ática, 1992.
BAGNO, M. A língua de Eulália. Novela sociolingüística. São Paulo, Contexto.
BAGNO, M. Preconceito Linguístico.
BRASIL. Ministério da Educação. Cadernos da TV Escola, nº 4. Brasília, SEED/MEC, 1998.
COOL, César et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo, Ática, 1997.
LA TAILLE, Y. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo, Ed. Ática, 1998.
PIAGET. Sobre a Pedagogia. Casa do Psicólogo, 1999.
PUIG. Construção da personalidade moral. São Paulo, Ática, 1998.
TRINDADE, Azoilda Loretto da. Negritude e escola.
WEISZ, Telma. O Diálogo entre o ensino e a aprendizagem. Série Palavra de Professor. São Paulo, Ática, 1999.

DEFICIÊNCIA MENTAL

O que é deficiência mental, ou atraso mental, como muita gente prefere dizer?
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A deficiência mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social. Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.
As crianças com atraso mental podem precisam de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural portanto que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que não consigam aprender algumas coisas.

Quais são as causas da deficiência mental?
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Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência mental. As mais comuns são:

• Condições genéticas. Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência mental incluem a Síndrome de Down ou a fenilcetonúria;
• Problemas durante a gravidez. A deficiência mental pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.
• Problemas ao nascer. Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental.
• Problemas de saúde. Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência mental. No entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca forçosamente um atraso mental; o consumo excessivo de álcool durante a gravidez também não; todavia , constituem riscos demasiado graves para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a gravidez.


A deficiência mental não é uma doença.
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Não pode ser contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente mental provoca qualquer prejuízo em pessoas que não o sejam. O atraso mental não é uma doença mental, como a depressão, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou esperar uma cura para a deficiência mental. A grande maioria das crianças com deficiência mental conseguem aprender a fazer muitas coisas úteis para a comunidade, e todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de se esforçarem muito mais do que qualquer outra criança.


Como se diagnostica a deficiência mental ou atraso mental?
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O atraso mental diagnostica-se, observando duas coisas:

A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento mental ou funcionamento intelectual).
• A competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento mental é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados, já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte dos conviventes com a criança. Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber-se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade cronológica.
Certas competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo:
• As competências de vida diária, como vestir-se, tomar banho, comer;
• As competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder;
• As competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.
Para diagnosticar a deficiência mental, os profissionais estudam as capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso mental comum à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência mental.
O fato de se organizarem serviços de apoio a crianças e jovens com deficiência mental deve proporcionar uma melhor compreensão sobre a situação concreta da criança de quem se diz que tem um atraso mental. Após uma avaliação inicial, devem ser estudadas as potencialidades e as debilidades que a criança apresenta. Deve também ser estudada a quantidade e natureza de apoio de que a criança possa necessitar para estar bem em casa, na escola e na comunidade. Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por outro lado, serve também para reconhecer que a “visão” inicial pode, e muitas vezes deve, mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e aprendendo, também a sua capacidade para encontrar o seu lugar, o seu melhor lugar, no mundo aumenta.


Qual é a frequência da deficiência mental?
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A maior parte dos estudos, aponta para uma freqüência de 2% a 3% sobre as crianças com mais de 6 anos. Não é a mesma coisa determinar essa freqüência em crianças mais novas ou em adultos. A Administração dos EUA considera o valor de 3% para efeitos de planificação dos apoios a conceder a alunos com atraso mental. Esta porcentagem é um valor de referência que merece bastante credibilidade. Mas não é mais do que um valor de referência.




Fonte: Mac.com | Jorge Nunes Barbosa, educador
Texto adaptado para publicação no site do Instituto Indianópolis

DEFICIÊNCIA MENTAL

Deficiência mental corresponde a expressões como insuficiência, falta, falha, carência, imperfeição associadas ao significado de deficiência (do latim deficientia) que por si só não definem nem caracterizam um conjunto de problemas que ocorrem no cérebro humano, e leva seus portadores a um baixo rendimento cognitivo, mas que não afeta outras regiões ou funções cerebrais.
A principal característica da deficiência mental é a redução da capacidade intelectual (QI), situadas abaixo dos padrões considerados normais para idade, se criança ou inferiores à média da população, quando adultas. O portador de deficiência mental na maioria das vezes apresenta dificuldades ou nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo).
Diagnóstico
Ao longo da história já foram utilizadas expressões como idiotia, cretinismo, debilidade, imbecilidade, ver:oligofrenia. Os indivíduos portadores de síndromes que incluíam essa características eram chamados de excepcionais, deficientes mentais e atualmente de portadores de necessidades especiais. A classificação internacional das doenças (CID), em função do típico atraso de desenvolvimento que apresentam utiliza a expressão Retardo Mental, subdividindo este grupo em quatro categorias de gravidade (leve, moderada, grave e profundo) em função da sua capacidade intelectual.
Os portadores desse transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, fisioterapeuta/ terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo (psicopedagogia) entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas Avaliação do Desenvolvimento e Exame neuropsicomotor ou psicomotor e Teste de Inteligência ou Quociente de inteligência, além do diagnóstico da clínica médica para identificar a síndrome genética ou natureza da lesão que causou o dano cerebral.
As clássicas definições da deficiência mental, a exemplo da Associação Americana Deficiência Mental têm como referência a limitação da atividade intelectual (leia-se praticamente habilidades lógico matemáticas) e a capacidade de adaptação (leia-se socialização) contudo ambos conceitos, aqui referidos, podem ser ampliados em função das suas distintas aplicações.
Para Piaget a inteligência é um prolongamento da adaptação orgânica, o progresso da razão consiste numa conscientização da atividade organizadora da própria vida. Essa definição, uma das muitas possibilidades de definir lógica e inteligência em seus estudos, revelam sua opção de pesquisa a partir de um conceito básico da biologia moderna, a adaptação, sem o qual não poderíamos compreender as relações entre forma e função e/ou a teoria da evolução.
A deficiência mental é resultado, quase sempre, de uma alteração na estrutura cerebral, provocada por fatores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica humana é que em quase metade dos casos estudos essa alteração não é conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem a deficiência mental como expressão de seu dano nos deparamos com um conjunto de mais de 200 doenças entre as mais comuns estão a Síndrome de Down e Paralisia cerebral. Síndrome de Down é um conjunto de características específicas (hipotonia, face com perfil achatado, excesso de pele na nuca, orelhas pequenas e displasicas, entre outros) e não uma doença. Complementando Sindrome de Down é uma anomalia causada durante a formação do feto que pode ocorrer com qualquer pessoa, chamada de Trissomia do Cromossomo 21.Para se confirmar essa trissomia é preciso se fazer um exame genetico (de sangue) chamado Cariótipo.


Etiologia

A Deficiência mental pode ter várias causas, entre as principais estão os: fatores genéticos, perinatais (ocorridos durante a gestação e o parto) e pós-natais. O dignóstico correto dos fatores causais no momento do nascimento pode não só amenizar os sintomas (prevenção secundária) mas até mesmo evitar o dano cerebral a exemmplo da fenilcetonúria
Os fatores genéticos sejam cromossomos ou genes estão classificados em síndromes que muitas vezes recebem o nome de seus identificadores (Síndrome de Down, Síndrome de Rett, Doença de Tay-Sachs etc.) podem ser hereditários (recessivos ou dominantes) ou associados à gametogênese como no caso da Síndrome de Down.
Os fatores ou causas perinatais, ou seja imediatamente anteriores (a gestação)e posteriores (o trabalho de parto) ao parto, podem ser de natureza tóxica (drogas teratogênicas), traumática, ou infecciosas causadas por vírus tipo o da rubéola ou bactérias tais como as espiroquetas que causa sífilis, a maioria dos danos perinatas apresentam-se como malformações congênitas. Entre as causas pós natais podemos destaca os traumatismos cranianos, doenças infecciosas como as meningites e infelizmente as síndromes de abandono, maltratos e desnutrição protéico calórica nos períodos iniciais do desenvolvimento.

Comportamento adaptativo


Um instrumento de avaliação da Deficiência Mental a ser utilizada por professores para medir seu desempenho a partir da adaptação e necessidade de intervenção de outros profissionais de saúde e educação é o PAC – Perfil de Avaliação da Competência.

Uma versão resumida do PAC (Primary Progress Assessment Chart - P=P.A.C.) aqui um pouco modificada, abrange uma investigação de: (1 ) Cuidado pessoal ; (2 ) Comunicação; (3 ) Socialização; (4 ) Ocupação
1 – Cuidado pessoal: Hábitos à mesa; Locomoção; Higiene; Vestuário
2 – Comunicação: Linguagem falada; Linguagem escrita; Atividade numérica; Conceitos básicos (usa advérbios discrimina diferenças e igualdade)
Temos como principais advérbios: Lugar: aqui, lá, perto, longe, centro (meio) através; Tempo: ontem, hoje, amanhã, antes, durante depois; Modo: muito, pouco, bom, ruim
Se portador de deficiências de órgãos sensoriais deve-se descrever e mensurar (acuidade auditiva, visual, déficits motores, disartrias etc.)
3 – Socialização : Atividades domésticas; Atividades recreativas; Comportamento em sala de aula; Sexualidade
4 – Ocupação: Agilidade; Destreza; Concentração; Responsabilidade (capacidade de cumprir ordens)

Atividade intelectual

Quanto à avaliação da atividade intelectual uma das fecundas abordagens dos últimos tempos foi a proposição de Inteligências Múltiplas por HOWARD GARDNER
Esse autor desenvolveu os seguintes critérios entre as dezenas de possibilidades de classificar os fatores constituintes da inteligência ou habilidades humanas:
• Potencial prejuízo com dano cerebral a exemplo das capacidades lingüísticas no AVC - Acidente Vascular cerebral;
• Existência de gênios, ou indivíduos eminentes com habilidades especiais onde se pode observar tal capacidade isolada ou prejudicada;
• Um conjunto de operações identificável, a música, por exemplo consiste da sensibilidade de uma pessoa para melodia, harmonia, ritmo, timbre e estrutura musical;
• Uma história de desenvolvimento distintiva para cada indivíduo, junto com uma natureza definível de desempenho especialista;
• Ser possível identificar os passos para atingir tais perícias, uma história evolutiva e plausibilidade evolutiva, a exemplo das formas de inteligência espacial em mamíferos ou inteligência musical em pássaros;
• Testabilidade, a exemplo dos testes psicológicos, distições psicométricas susceptíveis de confirmação e re-testagem com múltiplos instrumentos;
• Suscetibilidade para ser codificada em um sistema de símbolos. Códigos como idioma, aritmética, mapas e expressão lógica, entre outros.
Com esses critérios esse autor identificou 9 tipos de inteligência a saber:
1. LINGÜÍSTICO: Um domínio e gosto especial ao idioma e palavras um desejo para os explorar. Poetas, escritores, os lingüistas: o T. S. Eliot, Noam Chomsky, W., H. Auden
2. LÓGICO-MATEMÁTICO: Capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações e discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Matemáticos, cientistas, os filósofos: Stanislaw Ulam, Alfred North Whitehead, Henri Poincaré, Albert Einstein, Marie Curie,
3. MUSICAL: Uma competência não só de compor e executar pedaços de ouvido, ritmo e timbre mas também escutando e discernindo. Pode ser relacionada a outras inteligências, como lingüístico, de espaço ou corporal-cinestésico. Compositores, condutores, músicos, os críticos de música: furgão de Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane,
4. ESPACIAL: Uma habilidade para perceber o mundo visual com precisão, transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. Arquitetos, artistas, escultores, mapmakers, navegantes, os jogadores de xadrez: Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise Nevelson, Helen Frankenthaler,
5. CORPORAL-CINESTÉSICO: Controlar e orquestrar movimentos de corpo. Dançarinos, atletas, os atores: Marcel Marceau, Martha Graham, Michael Jordan,
6. e 7. INTELIGÊNCIAS PESSOAIS: Humores com precisão determinando, sentimentos e outros estados mentais em a si mesmo (inteligência intrapessoal) e em outros (interpessoal) e usando a informação como um guia para comportamento. Psiquiatras, políticos, líderes religiosos, os antropólogos: Sigmund Freud, Mahatma Gandhi, Eleanor Roosevelt,
8. NATURALISTA: Reconhecendo e categorizando objetos naturais. Biólogos, naturalistas: Rachel Carson, John James Audubon,
9. EXISTENCIAL (possível intelligence): Absorvendo e ponderando as perguntas fundamentais de existência. Porém, mais evidência é precisada determinar se esta é uma inteligência. Líderes espirituais, os pensadores filosóficos: Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Maya Angelou a Paul Erdös Frida Kahlo a Alvin Ailey Margaret a Mead Dalai Lama o Charles Darwin Joni Mitchell

Bibliografia

• Gardner, Howard. Inteligências múltiplas, a teoria na prática. Porto Alegre, 2000
• Gardner, Howard. A Multiplicity of Intelligences, Scientific American, 1998
• Lefèvre, Antônio B. Exame neurológico evolutivo. SP. Sarvier, 1976
• Krynski, Stannislau. Deficiência Mental. RJ Livraria Atheneu, 1969
• Piaget, Jean. O Nascimento da inteligência na criança. RJ, Zahar, 1975
• PAC (Primary Progress Assessment Chart - P=P.A.C.) desenvolvido por H.C Günzburg, traduzido e testado de modo independente por Pereira, O.; Silveira, L.M.R. e Facion, J.R
• Telford, C. W.; Sawrey. O indivíduo excepcional. RJ, Zahar, 1974

DEFICIÊNCIA MENTAL

Artigo - O que é deficiência mental


A deficiência intelectual ou mental é conhecida por problemas com origem no cérebro e que causam baixa produção de conhecimento, dificuldade de aprendizagem e um baixo nível intelectual. Entre as causas mais comuns deste transtorno estão os fatores de ordem genética, as complicações ocorridas ao longo da gestação ou durante o parto e as pós-natais. O grande enigma que se coloca diante dos pesquisadores é como detectar ainda na vida dentro do útero estas características.
Embora seja possível identificar a maior parte dos casos de deficiência mental na infância, infelizmente este distúrbio só é percebido em muitas crianças quando elas começam a freqüentar a escola. Isso acontece porque esta patologia é encontrada em vários graus, desde os mais leves, passando pelos moderados, até os mais graves. Nos casos mais sutis, os testes de inteligência direcionados para os pequenos não são nada confiáveis, torna-se então difícil detectar esse problema. Nos centros educacionais as exigências intelectuais aumentam e aí a deficiência mental torna-se mais explícita.
Um mito em torno da Deficiência Mental, e isso influi no diagnóstico, é acreditar que a criança com este problema tem a aparência física diferente das outras. Como foi dito acima, as de grau mais leve não aparentam ser deficientes, assim não se deve esperar encontrar este sinal clínico para caracterizar a pessoa com necessidades especiais. Pode-se encontrar uma exceção nos que acusam um distúrbio mais grave e severo, assim como na Síndrome de Down, que apresentam em comum fisionomias semelhantes.
Como a deficiência mental está entre as síndromes consideradas anormais, é importante definir o que é normal para os especialistas, quais referências eles adotam para estabelecer se uma criança possuiu alguma deficiência. O fator mais associado à idéia de normalidade é a capacidade da criança de se adequar ao objeto ou ao seu universo. Mas geralmente este distúrbio psíquico é considerado como uma condição relativa da mente, comparada com as outras pessoas de uma mesma sociedade.
O tratamento deve incluir o acompanhamento simultâneo do médico, do fisioterapeuta, da terapia ocupacional, do fonoaudiólogo, do psicólogo, do pedagogo, entre outros. Assim, é possível amenizar as conseqüências deste problema. O diagnóstico precoce também é fundamental para oferecer à criança uma melhor qualidade de vida e resultados mais eficientes – estas técnicas de detecção prematura, realizadas por vários profissionais ligados aos campos da reabilitação e da puericultura, ramo da medicina que ensina a criar e a desenvolver moral e fisicamente as crianças, são conhecidas como Avaliação do Desenvolvimento e Estimulação Precoce.
Como a criança tem suas funções intelectuais comprometidas, ela pode também ter dificuldades em seu desenvolvimento e no seu comportamento, principalmente no aspecto da adequação ao contexto a que pertence, mas igualmente nas esferas da comunicação, do cuidado consigo mesma, dos talentos sociais, da interação familiar, da saúde, na segurança, no desempenho acadêmico, no lazer e no campo profissional. A deficiência intelectual manifesta-se no paciente sempre no estágio anterior aos dezoito anos de idade. Assim fica claro que, ao contrário da Demência, a Deficiência Mental se caracteriza pelos transtornos no desenvolvimento, não por degenerações cognitivas.

É importante não confundir Deficiência Mental ou Intelectual com Doença Mental. A pessoa com necessidades especiais mantém a percepção de si mesmo e da realidade que a cerca, sendo capaz de tomar decisões importantes sobre sua vida. Já o doente mental tem seu discernimento comprometido, caracterizando um estado da mente completamente diferente da deficiência mental, embora 20 a 30% dos deficientes manifestem algum tipo de ligação com qualquer espécie de doença mental, tais como a síndrome do pânico, depressão, esquizofrenia, entre outras. As doenças mentais atingem o comportamento das pessoas, pois lesam outras áreas cerebrais, não a inteligência, mas o poder de concentração e o humor.

Texto de Ana Lucia Santana, adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis.
Fonte: http://www.infoescola.com/psicologia/deficiencia-mental/

DEFICIENCIA AUDITIVA

Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusia) é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças.
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência.
Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.
Perda Auditiva e Hipoacusia
Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da deficiência auditiva.
O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode ser de origem congênita, causada por viroses materna doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes, viroses, predisposição genética, meningite, etc.
As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no médio é denominada como deficiência de transmissão ou deficiência mista dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio mais agudo da deficiência).
Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva é calculado em função da intensidade necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito anteriormente.
Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência correspondem à mínima potência de som que pode ser distinguida do silêncio, sendo essa intensidade tomada como O dB. Uma pessoa com audição normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até + 10 dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma intensidade dez vezes superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade vinte vezes superior a 10 dB.
Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com uma perda de 60 dB, que consideramos hipoacústico, e outro com 100 dB de perda. Tendo em vista que 60 dB é mais ou menos a intensidade de um grito a 1,5 m de distância. Portanto, compreendemos que a diferença entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo considerada bem mais difícil, para o prognóstico de reabilitação.
Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real problema de audição que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar também qual o espectro de freqüência que está afetado pela surdez. Considera-se que as perdas auditivas nas freqüências baixas são mais prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a freqüência de um som e o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL, 1983).
A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O ouvido humano percebe sons nas freqüências entre 20Hz e 20.000Hz.
Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom. Porém não há uma relação entre a escala de tons e a escala de freqüências. Mas, podemos tomar como parâmetros a escala de tons. Onde se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota "lá" que poderá apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma nota "lá".
Essa variação denomina-se uma oitava. "Ora bem, percebe-se como uma oitava superior a um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a freqüência do primeiro. Desta forma, embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja uma distância física de freqüência menos do que entre 100Hz e 2000Hz, porém à distância perceptiva de tons é muito maior". (FRY et. al., 1982).
Comparando esses valores percebemos que entre 2000Hz e 100 Hz há mais de quatro oitavas, porque de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, ou seja, a metade da sua freqüência. Por tanto de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, de 1000Hz para 500Hz também há uma oitava, de 500Hz a 250Hz há outra e de 250Hz a 125Hz há outra. Entendemos agora por que as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior prognóstico do que as perdas nas altas freqüências.
Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração audiométrica do grau de perda por relação com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz a 4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA, 1988).
Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se chama de resíduo auditivo utilizável.
O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.

Patologias do ouvido

A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão – quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista – quando o problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensorioneural – quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo.
As principais patologias do ouvido humano são: as ligadas à membrana timpânica, a deficiência de transmissão sonora no sistema tímpano-ossicular, a rigidez nos ligamentos de suporte ossicular, a timpanoesclerose, a fixação do martelo, a ausência no reflexo estapediano, a paralisia do nervo do músculo estribo, a complacência da membrana timpânica ou a sua rigidez, a lesão retrocloclear e a surdez psicogênica que é um dos distúrbios psicogênicos.
A impedância acústica do ouvido médio é um tipo comum de patologia. Pode ser definida como a resistência que a mesma oferece à energia sonora que penetra no conduto auditivo externo. E há ainda as patologias ligadas a Trompa de Eustáquio apresentando-se ou muito aberta ou obstruída e causando sintomas como autofonia e a percepção sonora da respiração pelo indivíduo. Etiologia da surdez
As causas da surdez podem ser dividias em: pré-natais, peri-natais e pós natais. As causas pré-natais são:
• Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de geração em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família);
o Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, tais como:
 Rubéola;
 Sífilis;
 Toxoplasmose;
 Citomegalovirus;
 Herpes;
 Intoxicações intra-uterinas;
 Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X);
 Alterações Endócrinas (Diabetes ou Tiróide);
 Carências Alimentares.
As causas peri-natais podem ser:
• Traumatismos Obstétricos;
• Anóxia.
As causas pós-natais podem ser:
• Doenças infecciosas;
• Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das fossas nasais e da naso-faringe);
• Virais;
• Intoxicações;
• Trauma Acústico.
Fontes e Bibliografia
• Deficiência auditiva
• Surdez
• etiologia da surdez
• causas de surdez
• Patologias do ouvido

DEFICIÊNCIA FÍSICA - O que as pessoas imaginam sobre as pessoas com deficiência física...

...não podem exercer atividades físicas

A realidade...

• Não se deve pré-determinar limites. Deficiência Física, a pessoa com deficiência física poderá ser convidada para participar de inúmeras atividades da empresa que exijam movimentos. Deixe que ela expresse suas possibilidades. Danças, jogos, dinâmicas e atividades que envolvam movimentos podem ser desenvolvidas sem ou com adaptações, dependendo da forma com que a pessoa possa se expressar e sentir-se bem. Muitas vezes, o resultado diferirá dos padrões considerados “normais”. No entanto, há que se lembrar que o importante é proporcionar a participação de todos no convívio social da empresa, respeitando-se as possibilidades e os limites de cada um.

...que as pessoas que utilizam cadeira de rodas, não podem ter uma vida sexual
ativa


A realidade...

• Nas pessoas com lesão medular, os mecanismos de ereção, de ejaculação e de orgasmo estarão alterados, dependendo do nível e do tipo da lesão. A alteração física do orgasmo pode ser compensada pelas sensações prazerosas em regiões do corpo não anestesiadas (orelha, mamilos, pescoço, etc.), pela visualização do ato sexual e pelo envolvimento emocional e afetivo com o parceiro.

...precisam de ajuda para ir ao banheiro

A realidade...


• Quando a empresa conta com um banheiro adaptado, não há necessidade de auxílio. O auxílio será necessário para uma pessoa que apresente tetraplegia, para o esvaziamento de sua bolsa coletora.

...necessitam de banheiros adaptados de alto custo


A realidade...

• O banheiro adaptado já é uma determinação prevista em lei, para as novas construções. Ao contrário do que muitos pensam não é excessivamente oneroso adaptar-se um banheiro. Além disso, nem todas as pessoas com deficiência física necessitam de um banheiro adaptado.
Geralmente, dele necessitam as que utilizam cadeiras de rodas (Ver NBR 9050 da ABNT


...que as pessoas que utilizam cadeiras de rodas, não podem ter filhos

A realidade...


• A maioria dos homens que apresentam uma lesão medular tem a sua capacidade reprodutora comprometida. Entretanto, já se desenvolveram métodos de vibroejaculação e de eletroejaculação, que estão sendo testados, com sucesso, para a obtenção de esperma e posterior inseminação artificial. No caso de mulheres com lesão medular, a capacidade de reprodução não está comprometida.

...as pessoas com deficiência física são boas para atividades de telemarketing e monitoramento de sala de segurança

A realidade...


Cada pessoa tem competências e habilidades diferentes, a serem melhores aproveitadas nas funções que delas requerem o que têm. Assim, o fato de uma pessoa viver sentada numa cadeira de rodas não significa, necessariamente, que terão sucesso nessas atividades específicas. Não existem profissões para pessoas que têm determinadas deficiências. Existem profissionais com deficiência, que têm habilidades para diversas funções ocupacionais. É claro que não se pode pensar em um motorista cego, ou em telefonistas surdos...Por isso é que, como com qualquer outra pessoa, há que se avaliar suas competências e habilidades e verificar qual (is) função (ões) ocupacional (is) para se fazer uma colocação de sucesso.

...as pessoas com deficiência correrão riscos, em caso de incêndio na empresa


A realidade...


• Em caso de incêndio, qualquer pessoa corre riscos. A segurança dos funcionários, com deficiência ou não, será garantida por bons treinamentos realizados periodicamente por brigadas de incêndio, que deverão estudar as condições de cada um (pessoas e de localização), e ensinar os passos a serem adotados nessa circunstância.

... que pessoas com deficiência física nos membros superiores não poderão exercer atividades de movimentos repetitivos, porque isso poderá agravar sua condição


A realidade...


• Geralmente, pessoas com deficiência nos membros superiores, ou que apresentam algum tipo de mutilação, são eliminadas em exames médicos sob o argumento da possibilidade de adquirir lesões por esforço repetitivo (LER), ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), mesmo que possuam a qualificação necessária para desempenhar determinadas funções ocupacionais. Isto é discutível. A possibilidade de ocorrer LER/DORT para uma pessoa com deficiência física de membro superior é a mesma que para uma pessoa sem deficiência, já que as doenças ocupacionais estão intimamente ligadas não só a uma condição física individual, mas às condições de vida e de trabalho (produtividade e ergonomia).



Fonte: Deficiência Física, pessoa com Deficiência, mitos

Deficiência Física

Deficiência física é o nome dado a característica dos problemas que ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, e levam a um mal funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.
A Deficiência física pode ter várias etiologias, entre as principais estão os: fatores genéticos, fatores virais ou bacteriano, fatores neonatal, fatores traumáticos (especialmente os medulares).
As pessoas com deficiência de ordem física ou motora necessitam de atendimento fisioterápico, psicológico a fim de lidar com os limites e dificuldades decorrentes da deficiência e simultaneamente desenvolver todas as possibilidades e potencialidades.
SE A PESSOA USAR UMA CADEIRA DE RODAS, É IMPORTANTE SABER QUE PARA UMA PESSOA SENTADA É INCÔMODO FICAR OLHANDO PARA CIMA POR MUITO TEMPO, PORTANTO, SE A CONVERSA FOR DEMORAR MAIS TEMPO DO QUE ALGUNS MINUTOS, SE FOR POSSÍVEL, LEMBRE-SE DE SENTAR, PARA QUE VOCÊ E ELA FIQUEM COM OS OLHOS NUM MESMO NÍVEL.

A CADEIRA DE RODAS (ASSIM COM AS BENGALAS E MULETAS) É PARTE DO ESPAÇO CORPORAL DA PESSOA, QUASE UMA EXTENSÃO DO SEU CORPO. AGARRAR OU APOIAR-SE NA CADEIRA DE RODAS É COMO AGARRAR OU APOIAR-SE NUMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA COMUM. ISSO MUITAS VEZES É SIMPÁTICO, SE VOCÊS FOREM AMIGOS, MAS NÃO DEVE SER FEITO SE VOCÊS NÃO SE CONHECEM.

NUNCA MOVIMENTE A CADEIRA DE RODAS SEM ANTES PEDIR PERMISSÃO PARA A PESSOA.

EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS NÃO É COMO EMPURRAR UM CARRINHO DE SUPERMERCADO. QUANDO ESTIVER EMPURRANDO UMA PESSOA SENTADA NUMA CADEIRA DE RODAS, E PARAR PARA CONVERSAR COM ALGUÉM, LEMBRE-SE DE VIRAR A CADEIRA DE FRENTE, PARA QUE A PESSOA TAMBÉM POSSA PARTICIPAR DA CONVERSA.

AO EMPURRAR UMA PESSOA EM CADEIRA DE RODAS, FAÇA-O COM CUIDADO. PRESTE ATENÇÃO PARA NÃO BATER NAS PESSOAS QUE CAMINHAM A FRENTE. PARA SUBIR DEGRAUS, INCLINE A CADEIRA PARA TRÁS PARA LEVANTAR AS RODINHAS DA FRENTE E APOIÁ-LAS SOBRE A ELEVAÇÃO. PARA DESCER UM DEGRAU, É MAIS SEGURO FAZÊ-LO DE MARCHA A RÉ, SEMPRE APOIANDO PARA QUE A DESCIDA SEJA SEM SOLAVANCOS. PARA SUBIR OU DESCER MAIS DE UM DEGRAU EM SEQÜÊNCIA, SERÁ MELHOR PEDIR A AJUDA DE MAIS UMA PESSOA.

SE VOCÊ ESTIVER ACOMPANHANDO UMA PESSOA DEFICIENTE QUE ANDA DEVAGAR, COM AUXÍLIO OU NÃO DE APARELHOS OU BENGALAS, PROCURE ACOMPANHAR O PASSO DELA.

MANTENHA AS MULETAS OU BENGALAS SEMPRE PRÓXIMAS À PESSOA DEFICIENTE.

SE ACHAR QUE ELA ESTÁ EM DIFICULDADES, OFEREÇA AJUDA E, CASO SEJA ACEITA, PERGUNTE COMO DEVE FAZÊ-LO. AS PESSOAS TÊM SUAS TÉCNICAS PESSOAIS PARA SUBIR ESCADAS, POR EXEMPLO E, ÀS VEZES, UMA TENTATIVA DE AJUDA INADEQUADA PODE ATÉ MESMO ATRAPALHAR. OUTRAS VEZES, A AJUDA É ESSENCIAL. PERGUNTE E SABERÁ COMO AGIR E NÃO SE OFENDA SE A AJUDA FOR RECUSADA.

SE VOCÊ PRESENCIAR UM TOMBO DE UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, OFEREÇA AJUDA IMEDIATAMENTE. MAS NUNCA AJUDE SEM PERGUNTAR SE E COMO DEVE FAZÊ-LO.

ESTEJA ATENTO PARA A EXISTÊNCIA DE BARREIRAS ARQUITETÔNICAS QUANDO FOR ESCOLHER UMA CASA, RESTAURANTE, TEATRO OU QUALQUER OUTRO LOCAL QUE QUEIRA VISITAR COM UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA.

PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL PODEM TER DIFICULDADES PARA ANDAR, PODEM FAZER MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS COM PERNAS E BRAÇOS E PODEM APRESENTAR EXPRESSÕES ESTRANHAS NO ROSTO. NÃO SE INTIMIDE COM ISSO. SÃO PESSOAS COMUNS COMO VOCÊ. GERALMENTE, TÊM INTELIGÊNCIA NORMAL OU, ÀS VEZES, ATÉ ACIMA DA MÉDIA.

SE A PESSOA TIVER DIFICULDADE NA FALA E VOCÊ NÃO COMPREENDER IMEDIATAMENTE O QUE ELA ESTÁ DIZENDO, PEÇA PARA QUE REPITA. PESSOAS COM DIFICULDADES DESSE TIPO NÃO SE INCOMODAM DE REPETIR QUANTAS VEZES SEJA NECESSÁRIO PARA QUE SE FAÇAM ENTENDER.

NÃO SE ACANHE EM USAR PALAVRAS COMO "ANDAR" E "CORRER". AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA EMPREGAM NATURALMENTE ESSAS MESMAS PALAVRAS.

TRATE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA COM A MESMA CONSIDERAÇÃO E RESPEITO QUE VOCÊ USA COM AS DEMAIS PESSOAS.

FONTE DE PEQUISA BUSCA GOOGLE

CEGUEIRA

A cegueira é a falta do sentido da visão. A cegueira pode ser total ou parcial; existem vários tipos de cegueira dependendo do grau e tipo de perda de visão, como a visão reduzida, a cegueira parcial (de um olho) ou o daltonismo.

Tipos de cegueira
A cegueira classifica-se dependendo de onde se tenha produzido o dano que impede a visão. Este pode ser:
1. Nas estrutura transparentes do olho, como as cataratas e a opacidade da córnea.
2. Na retina, como a degeneração macular e a retinose pigmentária.
3. No nervo óptico, como o glaucoma ou os diabetes.
4. No cérebro.
A cegueira pode ser congênita ou adquirida. O dano que impede a visão pode ser causado no nascimento, em algum evento ao longo da vida do indivíduo ou ainda no útero materno.
Definição
Deficiência visual é uma categoria que inclui pessoas cegas e pessoas com visão reduzida. Na definição pedagógica, a pessoa é cega, mesmo possuindo visão subnormal, quando necessita da instrução em braile; a pessoa com visão subnormal pode ler tipos impressos ampliados ou com auxílio de potentes recursos ópticos (Instituto Benjamin Constant, 2002)
A definição clínica afirma como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual menor que 0,1 com a melhor correção ou campo visual abaixo de 20 graus; como visão reduzida quem possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não pode ser corrigida por tratamento clínico ou cirúrgico nem com óculos convencionais (Carvalho, M.L.B. - Visão subnormal: orientações ao professor do ensino regular, 1994)

DEFICIÊNCIA VISUAL

Definição

O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).
Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/ 18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ ou execução de uma tarefa.
Os estudos desenvolvidos por BARRAGA (1976), distinguem 3 tipos de deficiência visual:
CEGOS: têm somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisam aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão.
Portadores de VISÃO PARCIAL: têm limitações da visão à distância, mas são capazes de ver objetos e materiais quando estão a poucos centímetros ou no máximo a meio metro de distância.
Portadores de VISÃO REDUZIDA: são considerados com visão indivíduos que podem ter seu problema corrigido por cirurgias ou pela utilização de lentes.


Causas
As principais causas da cegueira e das outras deficiências visuais têm se relacionado a amplas categorias:
• • Doenças infecciosas;
• • Acidentes;
• • Ferimentos;
• • Envenenamentos;
• • Tumores;
• • Doenças gerais e influências pré-natais e hereditariedade.


Bibliografia MASINI, E. F. S. – O Perceber e o Relacionar-se com o Deficiente Visual. Brasília: Corde, 1994.
ISAAC, M. J. P. (tradutora) As Deficiências Visuais – Deficiências e Adaptações, Ed. Manole, SP, 1989.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Educação inclusiva: o CNE atende a um pleito fundamental



Julho 30, 2009
Eugênia Augusta Gonzaga Fávero*
Para Procuradora , parecer do Conselho Nacional de Educação apenas implementa a legislação brasileira e reafirma os princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada como norma constitucional por unanimidade pelo Congresso Nacional em julho de 2008.
A inclusão escolar de alunos com deficiência não se faz apenas em escolas e ambientes comuns, e também não se faz apenas em escolas e ambientes especializados. Todavia, a normatização existente no Brasil até pouco tempo, a despeito de ser clara quanto ao direito à inclusão, destinava as verbas públicas para um ou para outro serviço, em se tratando de um mesmo aluno.
Após várias iniciativas capitaneadas pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação para resolver este impasse, vem a lume o Parecer nº 13, do Conselho Nacional de Educação. Ele menciona que “a partir de 2010, os alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades/superdotação serão contabilizados duplamente no âmbito do FUNDEB, quando matriculados em classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado.”



O mesmo Parecer explica que isto ocorre pois o atendimento educacional especializado não deve ser entendido “como substitutivo à escolarização realizada em classe comum”, “mas sim como mecanismo que viabilizará a melhoria da qualidade do processo educacional”. Nessa linha, o art. 1º do projeto de Resolução, aprovado por tal Parecer, determina que todos os alunos que necessitam de atendimento educacional especializado devem estar matriculados também em classes e escolas comuns. Ou seja, não é o fim do ensino especializado, é apenas mais um sinal de que ele deve se reestruturar para que, definitivamente, deixe de ser substitutivo do acesso ao ensino comum para ser um apoiador desse acesso.
O CNE nem poderia agir diferente até porque a Resolução e o respectivo Parecer não inovaram em nada. Apenas estão implementando o que está assentado na legislação brasileira (Constituição, leis e decretos) e agora, com muito maior ênfase, na Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, já ratificada pelo Brasil com estatura de norma constitucional. Tal Convenção, em seu artigo 24, proclama o reconhecimento do “direito das pessoas com deficiência à educação” e que “para realizar este direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes deverão assegurar um sistema educacional inclusivo em todos
os níveis”.


Ora, para ser “inclusivo” o sistema, é preciso que os alunos com deficiência tenham acesso aos ambientes comuns. Mesmo os alunos considerados “graves”. Esses, aliás, são os que mais necessitam de um ambiente desafiador e plural. Acrescente-se que as escolas que se organizam para receber até mesmo alunos com sérios déficits, providenciando todos os apoios necessários, são indubitavelmente melhores e mais completas, o que beneficia a todos.
Entretanto, essas diretrizes vêm sendo bastante questionadas. O motivo das críticas é o de sempre: o de que nem todos os alunos com deficiência ou outras necessidades podem ser matriculados em escolas comuns. Isto tem a aparência de razoável mas é o equivalente a dizer que nem todos esses alunos são seres humanos detentores dos mesmos direitos que as demais pessoas. Nenhuma criança ou adolescente pode ser condenada à segregação. A ficar excluída da sua geração.
Estamos certos de que as críticas ao Parecer nº 13/2009 só podem estar ocorrendo por falta de informação pois, na verdade, o CNE acaba de dar a sua maior contribuição nessa matéria.
Aqueles que realmente defendem os direitos das pessoas com deficiência entenderão que proteção e zelo passam pelo inquestionável direito à não discriminação, passam pelo direito de ser mais uma criança entre as outras. O Parecer, na esteira das demais normas que lhe dão embasamento, dá a garantia prática para que isto ocorra e ocorra com qualidade.

____________________________________
* Procuradora da República em São Paulo, Mestre em Direito Constituicional pela PUC/SP, autora do livro “Direitos das pessoas com deficiência”, pela WVA Editora, e da cartilha “O acesso de alunos com deficiência às classes e escolas comuns da rede regular de ensino”, pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal.
Fonte de informação: Agência Inclusive. Licenciado pela CC 2.5

TEXTOS QUE AJUDAM A LUTAR!


"Se não tivéssemos voz nem língua, mas apesar disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros, não deveríamos, como as pessoas que hoje são surdas*, nos empenharmos em indicar o significado pelas mãos, cabeça e outras partes do corpo?"
(Sócrates, no Crálito de Platão)
*Originalmente o texto refere-se aos surdos como mudos. Tomei
a liberdade de atualizar o vocabulário, pois este caiu em desuso.
"Uma mudança na linguagem pode transformar nossa avaliação do cosmo."(Benjamin Lee Wolf)

"Não há opção, porque a questão configura-se nos seguintes termos: A linguagem se aprende, mas não pode ser ensinada."
(Carlos Sánchez)
Aluno do DAP- Genilson-surdo

Natasha Kriladov, nos escreve um poema sobre sua vitória contra a
escuridão e o isolamento através do poder da linguagem das mãos:
"Me dá a mão que direi quem és. Na minha escuridão e silêncio entendo tudo que terias escondido de mim. Tuas mãos, mais que as palavras, me falam tudo o que não dizes: a angústia ou raiva trêmula, amizade ou mentira. Sinto tudo pelo toque de uma mão estranha e amiga. Vejo tudo na minha escuridão e silêncio. Me dá a mão que direi quem és."
(Extraído do filme: "As Borboletas de Zargorsk"[Os Transformados])
Natasha Kriladov, surda-cega, casada com Yuri(ouvinte), mãe, ucraniana, formada em filosofia e psicologia. Estudou na escola para educandos com necessidades especiais de Zargorsk (na antiga URSS). Hoje trabalha como psicóloga infantil em zargorsk, além de ensinar inglês na mesma escola.



Trechos do livro "O Vôo da Gaivota" Emmanuelle Laborrit - Atriz surda:"Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. Não sou. Sou surda. Para mim, a língua de sinais corresponde à minha voz, meus olhos são meus ouvidos. Sinceramente nada me falta. É a sociedade que me torna excepcional..."
"A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo com que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngües. Ofereço-lhes minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo..."
"Sabia que gritava, mas os gritos nada significavam para minha mãe ou meu pai. Eram, diziam eles, gritos agudos de pássaro do mar, como uma gaivota planando sobre o oceano. Então, apelidaram-me de gaivota." "Mamãe dizia 'ontem'... e eu não entendia onde estava ontem, o que era ontem. Amanhã também. E não podia perguntar-lhe. Sentia-me impotente. Não tinha consciência do tempo que passava. Havia luz do dia, a escuridão da noite, mais nada. Tenho minha imaginação, e ela tem seus barulhos em imagens. Imagino sons em cores. Meu silêncio tem, para mim, cores. Nunca é preto ou branco."

Sobre a importância do contato da criança surda com o surdo adulto e o acesso precoce a Língua de Sinais, Emmanuelle Laborrit, diz:"Imagine que você tenha um gatinho a quem nunca foi mostrado um gato adulto. Ele vai tomar-se por um gatinho eternamente. Imagine que esse gatinho viva apenas com cães, ele acreditará que é o único gato existente. Ele vai se esgotar na tentativa de se comunicar na língua dos cães. Consiguirá transmitir algumas mímicas para os cães: comer, beber, medo e ternura, submissão ou agressividade; mas será muito mais feliz e equilibrado com todos os seus. Crianças e adultos, falando a língua dos gatos."


No ano de 1198 o Papa Inocêncio III autorizou o
matrimônio de uma pessoa surda, argumentando que:

"Ela não pode falar, mas em sinais pode se manifestar".


"Quando eu aceito a língua de outra pessoa eu aceitei a pessoa... Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos...
Quando eu aceito a Língua de Sinais, eu aceito o Surdo, e é importante ter sempre em mente que o Surdo tem o direito de ser Surdo."
(Terje Basilier)

REPENSANDO O CONCEITO DE SURDEZ












Por Ana Maria Portugal Gomes (Fonoaudióloga)


Definição de surdez no modelo clínico-terapêutico:
=>Um termo muito usado neste modelo é deficiência auditiva e sugere a redução ou ausência da capacidade para ouvir determinados sons, devido a fatores que afetam o aparelho auditivo.
=>Distúrbio de audição, diminuição da capacidade auditiva em diferentes graus de intensidade, podendo ser de caráter transitório ou definitivo, estacionário ou progressivo.
=> “É a ausência, dificuldade, inabilidade para ouvir sons específicos, ambientais e os sons da fala humana." (Silvania Maia Silva Dias - Fonoaudióloga).
Neste modelo, "o surdo é considerado uma pessoa que não ouve e, portanto, não fala. É definido por suas características negativas; a educação se converte em terapêutica, o objetivo do currículo escolar é dar ao sujeito o que lhe falta: a audição, e seu derivado: a fala." (Carlos Skliar - Fonoaudiólogo - Argentino).
"Medicalizar a surdez significa orientar toda a atenção à cura do problema auditivo, à correção de defeitos da fala, ao treinamento de certas habilidades menores, mais que a interiorização de instrumentos culturais significativos, como a língua de sinais. E significa também opor e dar prioridade ao poderoso discurso da medicina frente à débil mensagem da pedagogia." (Carlos Skliar - Fonoaudiólogo - Argentino)
Nesta visão clínico-terapêutica:
• utiliza-se de uma pedagogia corretiva;
• existe a intenção de correção, normalização;
• emprega-se currículo para educandos com atraso cognitivo;
• currículo para ouvintes;
• currículo para pessoas com dificuldades lingüísticas;
• currículo audiológico/audiométrico;
• currículo de beneficência laboral.
Definição de surdez no modelo sócio-antropológico:
É uma concepção moderna da surdez defendida em todo o mundo por profissionais de várias áreas de interesse da surdez, em especial lingüistas, pedagogos e professores, psiquiatras e até fonoaudiólogos. Esse modelo baseia-se nos novos modelos lingüísticos, psicolingüísticos e sóciolingüísticos que culminam em alternativas pedagógicas onde o surdo possui uma representação social oposta ao modelo anteriormente citado.
=>"A surdez é uma condição natural e não uma deficiência/doença que necessita de cura." (Lorena Koslowski - PR)
=>A surdez é uma diferença que deve ser respeitada e aceita.
=>Como afirma Carlos Sánchez - lingüista venezuelano: "A surdez não é uma doença que necessita de cura, mas é uma condição que deve ser aceita. Os surdos não são inválidos que precisam de reabilitação. Eles são membros de uma comunidade lingüística minoritária que deve ser respeitada e possuem o direito inalienável de receber sua educação nesta língua." E ainda ele afirma sobre a criança surda: "Seu filho é normal; pode ser inteligente, criativo. Só que ele fala outra língua".
Algumas considerações importantes:
"Preferimos que aos três, quatro anos a criança surda construa frases complexas em língua de sinais do que produza palavras isoladas" (Graziella Alisedo - Argentina - 1994)
"A educação deve voltar-se para os potenciais da criança que podem ser ativados através da tarefa educativa".(Vygotsky)
"A língua de sinais é a única que permite a pessoa surda ascender a todas as características lingüísticas da ‘fala’”. (Danielle Bouvet, França, 1989)
"A língua de sinais é, portanto, indispensável para total apropriação da linguagem pela criança surda. Ela permite à criança surda descobrir o que é comunicação lingüística no momento em que todas as crianças fazem esta descoberta." (LK)
Na visão sócio-antropolológica:
• deve-se oportunizar o acesso da criança surda à língua de sinais o mais precoce possível;
• oportunizar o contato da criança surda com seu pares surdos adultos para permitir a identificação e o acesso a particularidades culturais;
• preocupa-se com o desenvolvimento das estruturas cognitivas e lingüísticas nas idades correspondentes;
• novo olhar sobre a educação de surdos: o conhecimento formal é acessado através da língua de sinais e se vale de estratégias que enfatizam o potencial porque "os surdos são diferentes das pessoas ouvintes, necessitam que toda a instrução seja baseada na visão e não na audição." (Patrícia Luiza Ferreira Pinto - pedagoga surda - MG)
Bibliografia:
Fórum Permanente de Educação, Linguagem e Surdez - vol.I (Jan./Jun.) Rio de Janeiro - INES
Surdez: Abordagem Geral - Karin Lilian Strobel & Silvania Maia Silva Dias, 1995 - FENEIS
Série Audiologia 1,2,3,4 - 1998 - INES
Educação e Exclusão - Cadernos de autoria 2 - Carlos Skliar (Org.) Editora Mediação
La Educación de Los Surdos - Carlos Skliar - Série Manuales - EDIUNC
Apostila: "Atención Integral del Niño Sordo de 0 a 6 Anos - Modelo Educativo Bilingüe y Bicultural" - Carlos Sánchez - Instituto de Estudios Interdisciplinarios Sobre La Sordera y El Lenguaje (IES) - Puerto Ayacucho - Venezuela - 1998